domingo, 11 de janeiro de 2015

Resenha: Partials, de Dan Wells

Livro: Partials
Serie: Partials
Autor: Dan Wells
Editora: ID
Páginas: 440
Ano: 2012
ISBN: 9788516083250
Sinopse: A raça humana está quase extinta após a guerra com os Partials – seres criados em laboratório, idênticos aos humanos. Eles liberaram o vírus RM, ao qual apenas uma pequena parte da população é imune. Os sobreviventes da América do Norte se reuniram em Long Island ao mesmo tempo que os Partials se retiraram da guerra misteriosamente.
Kira é uma médica em treinamento que vê, dia após dia, todos os bebês morrerem, pouco tempo após o nascimento. Há mais de uma década nenhum nasce imune ao RM. O tempo está se esgotando e, com ele, a esperança.
Decidida a encontrar a cura, Kira descobrirá que a sobrevivência dos humanos tem muito mais a ver com as ligações entre eles e os Partials do que se imagina. Ligações das quais a humanidade se esqueceu, ou simplesmente não sabia que existiam...

Olá meus queridos! O livro que vou resenhar hoje foi uma grata surpresa nesse final de ano, tanto que o colocaria no meu Top 5 de 2014. Partials é o primeiro volume da trilogia homônima de Dan Wells e leva o leitor a conhecer um mundo futurístico e distópico, onde a população está à beira da extinção. 

O livro se passa na segunda metade do século 21, onze anos após o Break, nome dado ao momento em que a população humana foi praticamente dizimada por um vírus mortal lançado pelos Partials, durante uma guerra. Acredita-se que 99,9% dos seres humanos tenham morrido durante a contaminação, e que e os únicos sobreviventes estejam em Longsland, numa cidade chamada East Meadow. 

Mas você deve estar se perguntando sobre o que seriam os Partials? Dez anos antes do Break acontecia uma Guerra tão grande quanto a que viria em seguida e para vencê-la, os EUA junto com a ParaGen criaram super soldados que possuíam aparência e DNA humanos, mas eram verdadeiras maquinas biológicas de combate. A vitória veio, mas os Partials foram descartados na sociedade sem muito apoio do governo. Isso fez com que eles se revoltassem e começassem uma nova guerra, que só teve fim com a liberação de um vírus, conhecido como RM, que dizimou quase que imediatamente toda a população humana do mundo. 

Mas o pior ainda estava por vir, os poucos sobreviventes, a maioria crianças órfãs, após se refugiarem numa ilha que costumava ser um grande centro populacional, tiveram que tentar reconstruir as suas vidas em meio ao medo de um novo ataque e a eminência de uma provável extinção, já que o vírus fez mais que matar pessoas. Aos poucos eles começaram a perceber que nenhum bebê que nascia depois da contaminação, sobrevivia além de poucas horas após o nascimento. 

E é nesse ambiente que conhecemos Kira, uma jovem de 16 anos estagiária de medicina, que trabalha no hospital da ilha. Para o governo, formado por um grupo de senadores, a principal meta é encontrar a cura para o RM, ou mesmo uma maneira de imunizar os bebês, de forma que eles não morram mais. Para isso foi criada a Lei da Esperança, que obriga todas as mulheres a partir de 18 anos a engravidarem constantemente, para que haja mais chances de nascer um bebê são. Kira não se conforma em presenciar tantas mortes, todos os dias. Esse inconformismo só piora quando ela descobre que sua irmã adotiva está grávida e a possibilidade de uma nova redução na idade de gravidez ronda a cidade. Ela se sente obrigada a encontrar a cura, nem que para isso tenha que correr o risco de provocar o inimigo. E é a partir daí que a história se desenrola. 

Esse sem dúvida foi o meu resumo mais longo, mas não vi como fazer diferente. Como eu disse no começo da resenha, esse livro me pegou de jeito. No começo eu não me empolguei tanto, achava as descrições d ambiente e o contexto um tanto vagos, mas isso logo mudou de figura. O livro é dividido em três partes, sendo a primeira mais morna. Mas ao chegar na segunda parte, fica impossível largar o livro por um minuto sequer. E as explicações meio vagas no começo, começam a aparecer sucintamente de forma que logo você já está por dentro do funcionamento daquele universo. Tem ação, suspense, tensão e atos de coragem, além de um romance, embora seja bem leve. Ingredientes essenciais para envolver os fãs das distopias contemporâneas. 

O personagens são maravilhosos. Imagine aí, um monte de jovens, que cresceram sob a sombra de uma eterna ameaça, tendo que amadurecer rapidamente. Eles podem ser novos na idade, mas são muito mais maduros do que os personagens de outros livros, que se encontram nessa faixa etária. Tem Isolda, secretária de um dos principais senadores do governo e uma das irmãs adotivas de Kira. Profissional e amiga dedicada, mas também um pouquinho alegrinha nas horas em que ingere algumas doses de álcool. Ela me fez rir um bocado. Jayden, o soldado responsável, amigo de Kira, galante e corajoso. Um dos meus personagens preferidos. Além de Madison, irmã adotiva de Kira e o principal motivo para para as atitudes da protagonista. E o que dizer de Haru? Marido dedicado de Madison, capaz de fazer qualquer coisa para salvar sua família e o único “adulto” do grupo. Xochi é a rebelde do grupo, a única que expõe abertamente as suas desconfianças contra o governo. Esses são os amigos de Kira, que estão sempre dispostos a ajuda-la, mesmo que se ponham em risco. 

E claro, temos a Kira. Corajosa, esperta e decidida. Ela sabe o que quer, sabe o é preciso ser feito e sabe que se não for ela, ninguém fará. Ao contrário de algumas protagonistas de distopias recentes, ela quer fazer a diferença. Não é só para salvar a sua amiga e irmã, ela quer salvar a humanidade. E porque não, buscar a paz que ela nunca conheceu. Ao seu lado está Marcus, seu namorado, amigo de infância, o cara que ela sempre sonhou em casar. Eu gostei dele no começo, mas com o tempo ele passou a me enjoar um pouco. Ele era preocupado demais e isso era meio irritante. Ah, e eu não posso deixar de falar de Samm, personagem muito importante que aparece na história para causar e arrancar alguns muitos suspiros. Acho difícil não se apaixonar por ele. 

Outra coisa que gostei muito, é que no lugar de uma sociedade desenvolvida e cheia de tecnologia, encontramos uma comunidade desolada. A única tecnologia que restou depois do Break está no hospital, o resto é destruição. Ninguém usa carro, mas sim, carroças. Compras pra quê? Só é preciso ir nas lojas abandonadas e escolher o que quiser e estiver bom para uso. Cadáveres ainda são vistos nos bancos dos carros abandonados. A vegetação tomou conta das ruas. Isso sim é uma sociedade futurística e apocalíptica. Lembrei até de filmes de Zumbi. 

Então é isso. Se você ainda não leu Partials, não perca mais tempo. Essa é uma leitura que vale a pena. Vá sem preconceitos e ciente de que irá se apaixonar por essa distopia. A trilogia já tâm a sequência publicada no Brasil, Fragmentos, mas ainda temos que aguardar pelo lançamento do desfecho da trilogia, Ruins.

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