quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Retrospectiva 2014 - Luto na Literatura

E para encerrar essa Retrospectiva 2014, não podia de deixar de escrever essa postagem triste. Esse ano nós tivemos perdas irreparáveis para a literatura, principalmente a brasileira. Num golpe só, três livros se fecharam, tingindo de luto a páginas das nossas Letras. E as perdas não se restringiram àquele mês de julho. Foi um ano triste, mas as suas memórias estarão para sempre entre os leitores de diversas gerações, e seus nomes jamais serão esquecidos enquanto existir quem mantenha viva a chama do amor a leitura. E seja lá onde eles estejam agora, com certeza estão enchendo o céu de poesia e histórias com a ajuda dos anjos. 

Gabriel García Márquez
 

Gabriel García Márquez era um escritor e jornalista colombiano, detentor de um Nobel de Literatura.
Considerado um dos maiores nomes da literatura no século 20, suas principais obras são Cem anos de solidão e Amor nos tempos do cólera. No dia 20 de abril, o escritor morreu aos 87 anos, em decorrência de uma pneumonia e uma infecção respiratória. 
“Nunca deixes de sorrir, nem mesmo quando estiver triste, porque nunca se sabe quem pode se apaixonar por teu sorriso.” Gabriel García Márquez 

Ivan Junqueira 


Em julho, o primeiro membro da Academia Brasileira de Letras a nos deixar naquele mês foi o poeta, crítico literário, tradutor e ensaísta Ivan Junqueira, aos 79 anos por falência múltipla dos órgãos.  Ele ocupava a cadeira n° 37, que pertencia anteriormente à João Cabral de de Melo Neto. Seus poemas foram traduzidos para diversas línguas, e entre suas principais obras está O Outro Lado, vencedor do prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro.  



João Ubaldo Ribeiro 


Pouco mais de duas semanas depois da morte de Junqueira, foi a vez de João Ubaldo Ribeiro nos deixar, na madrugada do dia 18, de uma embolia pulmonar. Assim como o poeta, João pertencia a ABL, ocupando a cadeira 24 que pertencia a Carlos Castello Branco. O escritor ganhou dois prêmios Jubuti com as obras Sargento Getúlio e Viva o povo brasileiro, além de uma do Prêmio Camões, o maior da língua portuguesa.  

Rubem Alves 


Não houve tempo para os leitores se restabelecerem, pois no dia seguinte à morte de João Ubaldo Ribeiro, fomos surpreendidos com a morte do escritor, psicanalista e pedagogo Rubem Braga, que teve falência múltipla dos órgãos. Entre suas principais obras estão A volta do pássaro encantado e A pipa e a flor e o finalista do prêmio Jabuti em 2009, Ostra Feliz Não Faz Pérola.
"A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente." Rubem Braga
Ariano Suassuna 


Agora, maior baque veio alguns dias depois com a morte de Ariano Suassuna no dia 23, em decorrência de parada cardíaca, consequente de um derrame. O paraibano Suassuna é um dos mais importantes escritores brasileiros e sempre foi o maior defensor da cultura brasileira.  Sua obra mais famosa, O auto da compadecida, foi adaptado para o cinema e televisão. (Inclusive, eu já encenei essa peça para um projeto da escola e foi muito gratificante). Ariano também integrava a ABL, ocupando a cadeira 32. 
Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa.

Manoel de Barros


E par encerrar essa triste lista, no dia 13 de novembro, faleceu o poeta brasileiro Manoel de Barros, aos 97 anos, também por falência múltipla dos órgãos. Manoel é o poeta que mais vendeu livros no Brasil. Sua poesia é conhecida por retratar a natureza com uma linguagem própria. 
"O maior apetite do homem é desejar ser. Se os olhos vêem com amor o que não é, tem ser." Manoel de Barros

Então é isso. Espero que eu não tenha esquecido nenhum nome, e se eu tiver esquecido, indiquem nos comentários. E para encerrar esse post, me despeço com uma frase que está num dos livros desse grandes mestres que nos deixaram em 2014. 
"Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre." Ariano Suassuna

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