segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Lançamentos do Mês - Rocco (Parte 1)

Recomeçando as atividades do blog nesta segunda-feira, eu trago para vocês os lançamentos da editora Rocco para o mês de Agosto. Para que o texto não fique muito extenso, devido ao grande número de títulos lançados pela editora, irei dividir o post em duas partes. Nessa primeira parte, trarei os livros para o público adulto.

Dando uma olhada no que Rocco tem para este mês, algumas coisas me chamaram a atenção, como Nadando de volta para casa, A loura dos olhos negros e Lealdade a si próprio.  



SKAGBOYS, de Irvine WelshSkagboys é o oitavo romance do autor escocês Irvine Welsh. A obra encerra a trilogia iniciada porTrainspotting, que rendeu a Welsh uma posição de destaque na literatura britânica contemporânea, e completada por Pornô, todos publicados pela Rocco. Os livros acompanham a escalada do vício em heroína e suas consequências sobre as vidas de Mark Ranton, Sick Boy e sua turma de amigos.
O romance se desenrola no Leith, distrito de operários localizado no norte de Edimburgo, a capital escocesa. Após a ascensão do Partido Conservador no Reino Unido com a eleição de Margareth Thatcher, os índices de desemprego dispararam em toda a Escócia, e uma geração recém-saída do ensino básico se vê sem opções de trabalho e qualquer dinheiro no bolso, mas com muito tempo livre. A turma de Mark Ranton não é exceção: seu grupo de amigos ocupa os dias tomando cerveja nos pubs, usando drogas de todos os tipos e se envolvendo em esquemas ilícitos na sua área e nos bairros vizinhos.
Embora tenha sido escrito quase duas décadas após Trainspotting, Skagboys situa-se cronologicamente como o primeiro livro da trilogia. É nele que ocorre o primeiro contato dos protagonistas com o mundo das drogas pesadas, e a construção cuidadosa da obra de Welsh permite ao leitor compreender de maneira minuciosa a influência do contexto social escocês da década de 1970 sobre os atos dos personagens.




OS LOBOS DA INVERNIA, de Anne Rice
Na continuação de A dádiva do lobo, em que narra a surpreendente formação de um lobisomem, Anne Rice traz de volta o jovem Reuben Golding, antes um simples repórter do San Francisco Observer, agora transformado num híbrido entre dois mundos e vivendo sob a tutela dos Morphenkinder na suntuosa mansão de Nideck Point, na costa da Califórnia. Às vésperas do Natal, Reuben está tomado pela dádiva do lobo. Mas apesar do clima festivo, ele se sente inquieto, assombrado por fantasmas de seu passado e por dúvidas em relação ao verdadeiro significado do que se tornou no assustador e excitante Os lobos da invernia.
Em Os lobos da invernia, o rapaz não consegue conter seus impulsos lupinos ao ser confrontado por situações de violência, especialmente contra vítimas inocentes, e se tornou uma espécie de super-herói local. Mas o ritmo de vida frenético de Reuben é alterado quando ele reencontra Felix Nideck. E junto com o tio desaparecido de Marchent, retornam à mansão misteriosos cientistas, os chamados Morphenkinder.
Com essa “nova família”, Reuben praticamente abandona não apenas os pais, Phil e Grace, mas também Jim, o irmão padre a quem contou sobre sua nova vida. Ele decide deixar para trás também sua ex-noiva, Celeste, e está em um novo relacionamento.
Reuben é convidado para uma grande festa de Natal em Nideck Point. A convivência com os Morphenkinder, no entanto, faz Reuben, assim como Stuart – o adolescente mordido por ele sem querer – adotarem um novo comportamento. Fazer justiça com as próprias mãos deixa de ser uma diversão para os jovens e inexperientes lobos homens.


NADANDO DE VOLTA PARA CASA, de Deborah LevyFinalista do Man Booker Prize e eleito livro do ano pelo New York Times Book Review, Nadando de volta para casa, da britânica Deborah Levy, revela como os segredos mais devastadores são aqueles guardados de nós mesmos.Comparada à Virginia Woolf de Mrs. Dalloway pelo jornal The Independent, por construir uma trama elíptica e perturbadora, o livro relata o que seria a idílica viagem de um poeta britânico à Riviera Francesa, com amigos e família, até uma enigmática jovem aparecer nua, na piscina da casa. Por que ela está lá? O que ela quer de todos?Nadando de volta para casa colecionou resenhas estreladas dos principais jornais britânicos e norte-americanos.
Kitty Finch é uma jovem submetida a tratamentos psiquiátricos severos, contra sua vontade, e necessita de remédios antidepressivos para se manter saudável. Incomodada com a sensação de anestesia, ela abandona a medicação para poder “sentir” melhor as emoções. Kitty se autointitula botânica, colhe plantas e flores e demonstra certo conhecimento nessa ciência. Psicologicamente perturbada, Kitty Finch persegue Joe, seu autor favorito, com a intenção de lhe entregar um poema de sua autoria, no qual ela se declara e pede ajuda ao poeta. Toda a narrativa dança em torno do tenso momento em que Joe expõe sua opinião sobre a obra da jovem e cede aos seus encantos, levando a história a um desfecho surpreendente.
Com uma narrativa inovadora, Levy consegue analisar em profundidade os anseios e as frustrações dos seus personagens, levando o leitor a uma sensação de intimidade e pertencimento em relação à história. O enredo nos convida a esmiuçar os devaneios alucinados de Kitty sobre Joe, a lógica e a frieza de Isabel, que não vê mais esperança em seu casamento com o escritor, e as incertezas e o desânimo que abalam essas relações. Nadando de volta para casa é, antes de qualquer coisa, uma trama sobre relacionamentos frágeis, delicados e mal resolvidos.


A LOURA DE OLHOS NEGROS, de Benjamin Black
O leitor vai matar saudade. Philip Marlowe, um dos maiores detetives da história da literatura policial, está de volta. E, melhor ainda, do mesmo jeito que deixou as páginas do romance Playback, publicado em 1958, o sétimo e o último que o escritor americano Raymond Chandler escreveu com o mesmo personagem. Ressuscitado em A loura de olhos negros, lançamento da editora Rocco, ele continua um sentimental e um solitário, espécie de “cavaleiro andante” moderno, a bordo de um velho Chrysler que cruza as ruas de Los Angeles, cidade infestada de chantagistas, mexicanos brutais, policiais corruptos, políticos escroques, magnatas da imprensa, traficantes, toxicômanos, ninfomaníacas, gigolôs, aspirantes a estrelas e astros de Hollywood.
Quando tem início a ação de A loura de olhos negros (título que o próprio Chandler mantinha em seus arquivos para futuras obras), encontramos Philip Marlowe vivendo uma situação velha conhecida, entediado, à espera de um cliente: “Era uma dessas terças-feiras de verão, quando você se pergunta se a Terra parou de girar. O telefone em minha escrivaninha tinha o ar de algo que sabe que está sendo observado. Carros passavam a conta-gotas na rua abaixo da janela poeirenta do meu escritório, e alguns dos bons cidadãos de nossa bela cidade caminhavam vagarosamente ao longo da calçada, os homens de chapéus, em sua grande maioria, indo a lugar nenhum.”
Eis que o detetive avista uma mulher, de longas pernas, usando um pequeno chapéu e um casaco elegante, que olha à esquerda e à direita antes de atravessar a rua, muito compenetrada. Marlowe imagina que ela deve ter sido “uma menina muito boazinha quando era pequena” e, neste momento, sabemos que a mulher irá bater na porta do escritório e as engrenagens do mistério vão começar a rodar. Clare Cavendish, rica herdeira de uma fábrica de perfumes, contrata o detetive para encontrar o antigo amante, um boa-vida chamado Nico Peterson, que sumiu de circulação aparentemente sem deixar rastro.






REFLEXOS DO SOL-POSTOEnsaios, de Ivan JunqueiraLogo nas primeiras páginas de Reflexos do sol-posto, Ivan Junqueira avisa que o leitor está diante de sua última coletânea de ensaios. Com uma longa trajetória como crítico e ensaísta (seus primeiros textos do gênero foram escritos na década de 1960), o poeta e acadêmico Junqueira reúne nesse livro críticas e análises feitas depois do ano 2000, refletindo sobre o cenário nacional das letras. Machado de Assis, Augusto dos Anjos, João Cabral de Melo Neto estão entre os autores cuja obra o poeta e ensaísta se detém em reflexões profundas.




LEALDADE A SI PRÓPRIO, de Paulo ValenteAutor de livros infantis e obras de economia, o carioca Paulo Valente aprendeu a contar histórias com sua mãe, a escritora Clarice Lispector, e seguiu a tradição contando para seus dois filhos. Agora, ele estreia na ficção adulta com Lealdade a si próprio, romance histórico que tem como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial. No livro, ficção e dados reais se misturam para contar a história de filhos de imigrantes alemães, japoneses e italianos que, quando o Brasil abandonou a neutralidade para entrar na guerra, tiveram que escolher entre lutar pelo país que os acolheu ou manterem-se fiéis às suas origens. Acompanhando a trajetória de três personagens de origens diferentes, cujas histórias por vezes se cruzam ao longo da trama, o romance se estende até os dias atuais.



UMA HISTÓRIA DE SILÊNCIO, de Lloyd JonesMais que uma viagem às origens após o terremoto que causou destruição na Nova Zelândia em 2011, Lloyd Jones faz um resgate das histórias e da conturbada trajetória de sua própria família em Uma história de silêncio. Depois dos bem-sucedidos O Sr. Pip e de Mundos roubados, ambos publicados pela Rocco, o autor neozelandês se expõe de maneira corajosa e relata como a base familiar é fundamental para a formação de cada um de nós.
Remexendo em objetos, lembranças e sentimentos vêm à tona numa viagem emotiva quando o escritor decide retornar a Christchurch, sua cidade natal, após o abalo violento – “como o estalo de uma toalha de mesa sendo sacudida” –, conforme ele próprio define o estrago do terremoto devastador. Em seguida, também passa por lugares como Swansea, no País de Gales, e pela região montanhosa da Nova Zelândia.
Mas como resgatar o passado de uma família em que a característica principal é o silêncio? Para isso, então, nada como voltar ao local em que passou a infância e parte da adolescência. É no número 20 da Stellin Street que Lloyd inicia a sua busca por informações que possam montar o quebra-cabeça de sua própria origem. “Eu nasci num mundo de amnésia. E num mundo de amnésia, a linguagem é a primeira a desaparecer”, diz.



O OUTRO LADO DA SOMBRA, de Mariana PortellaUm sujeito inseguro, ansioso e um tanto depressivo. Seus dois únicos prazeres na vida: a música e a literatura. Assim é Soren, o protagonista e narrador de O outro lado da sombra, romance de estreia da carioca Mariana Portella.
Através de uma trama envolvente, a autora descreve de forma objetiva as angústias de um protagonista que não desiste de se encontrar. Nem mesmo quando o destino não colabora.
“... A vida, não se pode explicar, prever, nem compreender, só se pode mesmo é viver.” Mas Soren resolve dar um basta na situação. Parte para uma viagem a Dublin em busca de autoconhecimento, reflexão e de pôr fim a uma constante angústia, que o acompanha há tempos. Só que nada sai conforme planejado...
Logo que chega à cidade é surpreendido pela presença de um ladrão em seu quarto. Depois de uma intensa luta corporal, os dois despencam do alto de uma janela. Resultado: Soren permanece em coma por um mês.
E, quando acorda, descobre aos poucos que viveu uma experiência de quase-morte. Tenta decifrar os “sinais” que a vida envia a todo momento e finalmente encontra o amor e a paz interior a que tanto almejava, num desfecho surpreendente.


Mais informações sobre os livros, acessem esse link no site da editora.

Fontes: Rocco

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